Entrevista a Eva Andrade
Eva Andrade é autora de A panela mágica da mamãe (sob o pseudônimo “Shri Damodara”) e estará no estande da Multifoco na Bienal 2016.
Confira nossa programação.
Como se descobriu escritora?
Desde menina, quando inventava diálogos em voz alta.
Qual a sua principal inspiração?
A Educação.
Quais as suas principais referências literárias?
Jorge Amado, Thomas Man, Dostoiévski e autores do Romantismo e Realismo brasileiros.
Qual o livro mais marcante que já leu e por qual razão o considera tão importante?
Crime e castigo de Dostoiévski. Esse livro mostra como a natureza humana é profundamente suscetível ao grotesco e também à remissão. Mas há, ainda, o épico indiano Bhagavata Purana. Essa obra me anima com sua beleza e versatilidade.
Como funciona o seu processo criativo, como cria seus personagens e histórias?
O processo de criação acontece de forma única para cada obra. Mas o que interessa é o que impulsiona a criação, já que a intenção do autor é propor reflexão e mudança. Acredito que nunca a criação se exime disso em nome de um exercício apenas estético e fruitivo! Posto isso, personagens e histórias possuem um objetivo e convergem para um ponto.
Em que se tornar um contador de histórias modificou a sua vida?
Alguns dizem que eu me tornei uma verdadeira egoísta. Mas eu prefiro citar o poeta Fernando Pessoa que escreveu, em algum lugar, mais ou menos assim: “Não estendi, em vida, a mão para alguém. Mas lhe dei uma palavra!” E é justamente essa palavra o melhor presente e doação que um escritor pode deixar para os seus!
Conversa com alguém sobre o livro no decorrer da escrita ou prefere resolver sozinha todos os problemas surgidos durante o processo?
Os “nós” são aqueles instantes em que a criação estaciona! É difícil, mas depois da resolução de um nó, depois de uma solução criativa, a sensação é de vitória! E esses momentos são casos muito pessoais…
O advento da internet facilita ou atrapalha o ingresso na literatura, tanto de novos leitores quanto de novos escritores?
A internet abre as portas para tudo e para todos. Mas quem escreve escreve para ser lido. E, com a internet, os negócios editoriais se tornaram mais competitivos.
Em sua opinião, qual a maior dificuldade em ser escritor no Brasil?
Incentivar a leitura de suas ideias. Tirar as pessoas da apatia, do sono, da letargia relacionada à fruição e ao diálogo com suas obras literárias.
Alguma dica para quem está pretendendo se lançar na carreira literária?
Conquistar uma editora que leia e perceba o seu potencial.
Quais os planos para o futuro?
Burilar a escrita e viver dela…