Descrição
O ser, quando não cabe em si, transborda. Transborda em poesia visceral, em viagem sideral, em suspiro atemporal, em palavras que são pedras no caminho ou pedras que ajudam a construir o caminho. A trilha do ser, que se descalça de si e mergulha no mar de Iemanjá, no mar do existir e se encontra no tempo, no conforto ou desconforto da sombra da poesia.
O ser, quando não cabe em si, transborda. Descobre outras galáxias com o olhar de homem aprendendo a ser menino, brinca com as cores e personas do destino, e anseia pelo repouso enamorado nos seios da lua, pelas mordidas nas maçãs do rosto da mulher amada, doce ou amarga. Olhos, de profundidade abissal qual o mar, de embriagada lucidez, em giro teatral cantam e, bailam ciganos por entre as asas coloridas de viver. Fazendo dos anéis de saturno aliança ou aureola.
O ser, quando transborda em si, não cabe. As palavras de Ribamar, transbordam e dançam ao som
de uma sinfônica que embala e desperta poesia que parece vinda de Urano, o poeta, ou o planeta.
(Janaína Gomes)