Descrição
“Eram onze e meia da noite. Silêncio completo cobria a cidade e os gritos foram ouvidos em uma das mais importantes avenidas. O silêncio foi quebrado por uma machadada no rosto e, logo em seguida, no pescoço pelo lado direito. Outro silêncio. Outro barulho: era o assassino, encapuzado, fugindo por uma vidraça”.
[…]
“O carro volta e passa por cima dela outra vez. E outra. E outra. E outra. Até que, dessa vez, passando bem ao lado do cadáver, o assassino percebe que o rosto e corpo ensanguentados garantiram uma morta, e o carro parte na escuridão da rua, descendo uma ladeira.”
A maior cidade do Sul da Bahia vive dias de muito medo depois que mortes incomuns, de pessoas ilustres e empresários passam a ocorrer pelas mãos de um assassino em série. A casta social mais alta, representada pelos cacauicultores, professores universitários e profissionais liberais fica bastante assustada. Dias passando e a polícia nada tinha a dizer sobre os casos suspeitos. Agora o caso piorava, pois um policial de 37 anos se tornava o mais novo chefe de polícia do município. Era homem do comandante do estado, e agora, sob críticas e desconfianças, ia definir metas para investigar crimes na cidade. Rapaz alto, com peitoral altivo e cabelo tuim, desistiu do curso de direito em uma universidade pública para entrar na polícia. Porém, sua chegada não consegue evitar novas mortes, o que causa nervosismo na política local
A prosa limpa, contundente e moderna, é uma daquelas de encher o peito de emoção e fazer lembrar porque ainda existem romances no século XXI. O narrador, machadianamente perspicaz e ácido, num ambiente soturno e inspirando uma voz aterradoramente reveladora, apresenta uma autoconsciência histórica de posição e se responsabiliza pela narração, assim como pelo enredo.