Entrevista a Rafael Augusto
Rafael Augusto é autor de Contos de Satã e A escada e estará no estande da Multifoco na Bienal 2016.
Confira nossa programação.
Como se descobriu escritor?
A ideia de detalhar tudo aquilo que vinha em minha mente com personagens e cenário surgiu após os desenhos ficarem necessitados de uma descrição. Sempre tive gosto por desenho, e a escrita apenas complementou o meu trabalho.
Qual a sua principal inspiração?
Depende da situação. Muitas vezes, são os meus próprios desenhos que me inspiram a criar uma história. Já em outros casos, uma situação extrema do cotidiano, tal como a guerra, a ignorância alheia, conflitos religiosos, podem também me dar ideias.
Sua profissão ou o lugar de onde veio tiveram alguma influência em seus temas e em seu modo de escrever?
Não, nenhuma.
Quais são as suas principais referências literárias?
Gosto muito dos trabalhos do Stephen King, Edgar Allan Poe e Herbert George Wells. Mas também busco informações em alguns nomes que estão presentes no cinema, como o Tim Burton.
Qual o livro mais marcante que já leu e por qual razão o considera tão importante?
Sem dúvidas, A ilha do Dr. Moreau, do H. G. Wells. A maneira como é descrita a civilização no livro, seus momentos de suspense e crítica, fizeram dele um livro muito importante dos quais já li.
Como funciona o seu processo criativo? Como cria seus personagens e histórias?
Às vezes tudo o que tenho é um desenho. A partir dele, surge um conflito. Dentro deste conflito, os personagens vão se formando e se adequando naturalmente. O interessante é que este desenho sempre conta o final dos meus contos.
Em que se tornar um contador de histórias modificou a sua vida?
Sinto que estou mais voltado para a cultura, com algo que posso compartilhar.
Conversa com alguém sobre o livro no decorrer da escrita ou prefere resolver sozinho todos os problemas surgidos durante o processo?
Chego a comentar com está mais próximo, porém como praticamente o final do livro já está em minha mente, sempre digo como está a resolução do problema. Mas há um conto no Contos do Satã, o qual o final foi repensado algumas vezes por mim e pela minha irmã.
O advento da internet facilita ou atrapalha o ingresso de novos leitores e escritores na literatura?
Acredito que prejudica. Hoje temos muitas informações vindas da Internet, informações das quais pouquíssimas estão corretas. Isso acaba por atrapalhar a maneira de escrever e de quem está lendo, não havendo um cuidado adequado com o texto.
Na sua opinião, qual a maior dificuldade em ser escritor no Brasil?
Infelizmente, o Brasil ainda tem uma visão de cultura muito ruim. Mas isso não é culpa da população. A mídia é a principal culpada pela má formação da cultura popular.
Alguma dica para quem está pretendendo se lançar na carreira literária?
Nunca desistir e sempre buscar o aperfeiçoamento. Essa lição vale não somente para quem sonha em escrever, como para tudo.
Quais são seus planos para o futuro?
Continuar escrevendo. Há muito que contar ainda, e um dia, quem sabe não transformar o texto em cena, como os desenhos se tornaram textos.