Entrevista a Thiago Barone
Thiago Barone é autor de Decrescente e estará no estande da Multifoco na Bienal 2016.
Confira nossa programação.
Como se descobriu escritor?
Acho que foram os outros que me descobriram. Apesar de querer isso, precisei ser convencido de que era possível publicar um livro e de que deveria buscar uma editora.
Qual é a sua principal inspiração?
O cotidiano. Acho que todas as histórias e temas estão no dia a dia.
Quais são as suas principais referências literárias?
Paulo Leminski, José Saramago e Fernando Pessoa.
Qual é o livro mais marcante que já leu e por qual razão o considera tão importante?
O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Foi o primeiro livro que li do Saramago e, como era acostumado com os clássicos, a forma de escrita impressionou. Foi a primeira vez que olhei para um livro e pensei “não precisa ser sempre igual”. A narrativa na parte final do livro também é uma das mais bem construídas que já vi.
Como funciona o seu processo criativo? Como cria seus personagens e histórias?
São coisas que absorvo do dia a dia e tento unir de alguma forma. As construções vão sendo feitas de acordo com a temática, mas não tento racionalizar. Acaba sendo muito espontâneo.
Em que se tornar um contador de histórias modificou a sua vida?
Me ajudou a olhar para o lado e perceber melhor o que acontece no dia a dia.
Conversa com alguém sobre o livro no decorrer da escrita ou prefere resolver sozinho todos os problemas surgidos durante o processo?
Costumo conversar com dois amigos sobre o que escrevo. Mostro para eles o que tenho pronto e falamos sobre isso. Apesar de seguir mais minhas percepções sobre os processos, essa troca ajuda a entender o que cerca o texto.
O advento da internet facilita ou atrapalha o ingresso de novos leitores e de novos escritores na literatura?
Pode ajudar bastante, seja para conhecer autores, seja para descobrir editoras que apoiam os novatos. Porém, para a formação de novos leitores e escritores, as dificuldades não estão, necessariamente, nos modelos de acesso, mas nos modelos de incentivo à leitura e publicação.
Na sua opinião, qual a maior dificuldade em ser escritor no Brasil?
Este é meu primeiro livro, então não sei bem o que é ser um escritor. Mas uma das dificuldades para um autor iniciante é a ideia de que escrever e publicar são coisas difíceis de serem feitas, como se fossem reservadas a entidades especiais. Esse conceito cria um distanciamento entre o autor e o público.
Alguma dica para quem está pretendendo se lançar na carreira literária?
Escreva e leia bastante, mas, antes disso, acredite que é possível.
Quais são os seus planos para o futuro?
Depois de curtir tudo isso, organizar a papelada que tenho em casa e trabalhar em cima da próxima ideia.